A
entrevista abaixo foi dada recentemente por Tiago Splitter e retirada do site
Estadão, todos os créditos pela entrevista são deles.
Tiago,
que desde do dia 15 de dezembro de 2012 não deixou mais a titularidade da
franquia texana, vem fazendo sua melhor temporada na NBA. Com médias de 10,6
pontos; 6,1 rebotes e 1,5 assistências. Splitter evoluiu como jogador e tem
grandes chances de conquistar o título da NBA com a sua equipe, o San Antonio
Spurs.
Em
entrevista ao Estadão, o pivô brasileiro falou sobre seu momento, elogiou seu
companheiro de garrafão, Tim Duncan, e falou também sobre seu futuro.
Confira abaixo a entrevista retirada do site do Estadão.
Você
concorda que essa é sua melhor temporada na NBA?
É uma
temporada que está sendo bastante produtiva para mim. Estou sendo titular,
ficando mais minutos em quadra e, com isso, você ganha confiança e tudo fica
mais fácil. Os números estão comprovando isso.
Você
acha que demorou muito para virar titular?
Você
sempre quer antecipar etapas, jogar mais tempo, é natural de qualquer atleta.
Mas o San Antonio é uma equipe competitiva, que está sempre jogando playoffs,
finais de playoffs, finais de NBA... Então eles não têm tempo para experimentar
um novato, eles precisam que todos os jogadores joguem bem desde o começo. O
que eles fizeram comigo foi aos poucos me colocar dentro do sistema. O segundo
ano já foi melhor do que o primeiro e é neste terceiro que eu estou me sentindo
melhor adaptado e as coisas estão dando certo para mim.
Então o
Gregg Popovich, seu treinador, acertou?
Ele tem
suas sensações dentro de uma temporada e ele sentiu que era necessário esperar
esse tempo para me adaptar e o time também me conhecer melhor.
Como
foi a conversa com ele antes de virar titular?
Ele
chegou em uma viagem, dentro do avião, e disse que eu seria titular no próximo
jogo, que eu estava jogando bem, nada além disso. Mas ele sempre me ajudou
muito desde que cheguei, mesmo quando não jogava muitos minutos, me dava dicas
para melhorar meu jogo.
Como é
o trabalho com ele?
O Popovich
é um cara que fala muito com os jogadores. Dentro da quadra, ele tem esse jeito
durão, dá bronca, quer corrigir os erros... E fora ele é diferente. Vem
perguntar como você está, como estão os familiares, dá conselhos...
O fato
de o San Antonio historicamente ter muitos estrangeiros lhe ajudou?
A
própria dinâmica do time fica mais fácil para entrar, para se adaptar, porque
tudo mundo está na mesma situação, em um país diferente. Nesse aspecto é muito
mais fácil.
Dá para
explicar o que o Tim Duncan, aos 36 anos, tem feito em quadra?
Todo
mundo sabe o que ele já fez no basquete, mas, ultimamente, ele está se
adaptando ao próprio corpo. As pessoas sabem que ele já tem 30 e poucos anos,
que os joelhos não são os mais rápidos da liga e ele está se adaptando muito
bem a essa velocidade de jogo. Ele emagreceu bastante para aguentar e está
jogando com muita paciência, em um ritmo que é perfeito para o nosso estilo de
jogo.
E sua
parceria com ele? Você está sendo para o Duncan o que ele foi para o David
Robinson (ex-pivô dos Spurs)?
Estamos
nos entendendo bem, sendo um bom complemento um para o outro no garrafão.
Aprendemos cada dia mais. As jogadas estão funcionando, espero que continue
assim e que façamos um bom playoff.
Em
quadra, o Duncan não muda de fisionomia. É sempre sério. Ele não sorri?
Claro
que sorri. Mas, dentro do jogo, é um cara sempre muito focado. Ele não deixa
nada abalá-lo. É uma virtude que poucos jogadores têm hoje. Ele não se emociona
quando acerta um arremesso incrível, nem quando erra uma bola fácil. Essa
talvez seja sua maior virtude.
Você
falou nos playoffs. Como vê a disputa pelo título da Conferência Oeste?
É
sempre uma pedreira. Você tem o Oklahoma jogando bem, o Denver também... O Los
Angeles Clippers... Você ainda tem os Lakers, que montaram uma equipe para ser
campeã e estão em oitavo e podem ser os nossos adversários já no primeiro
cruzamento dos playoffs. Não será nada fácil.
Já se
imaginou como o primeiro brasileiro campeão da NBA?
Ainda
não. Estou pensando no próximo jogo. Nós temos muita estrada pela frente até
lá, mas é claro que seria bacana ter um título da NBA.
Existe
alguma decisão em relação ao futuro? Você está em seu último ano de contrato
com o San Antonio... Você se vê jogando em outra franquia?
Eu
comentei com os meus agentes que queria dar um tempo, não pensar nisso durante
a temporada, esperar o fim dela para conversar, ver quais são as minhas opções,
o que é melhor para mim... Mas, com certeza, estou muito bem aqui em San
Antonio. Temos de valorizar todas as opções.
Você
tem conversado com o Rubén Magnano? Vai estar na Copa América da Venezuela?
Vamos
conversar. Ele está vindo para cá em breve (viaja no começo de abril para os
Estados Unidos), mas realmente não sei o que vai acontecer. As minhas férias
serão um pouco corridas por causa do contrato. Tem também o Anderson voltando
de lesão, o Leandrinho é uma incógnita... Espero que o Brasil possa ter o
melhor time possível, forte e que possa conquistar o título novamente.
O
trabalho que levou o Brasil aos Jogos de Londres foi mantido com a permanência
do Magnano. Dá para fazer um bom Mundial e ir bem nos Jogos do Rio?
O
caminho é esse, demonstramos isso com o basquete que jogamos em Londres. Temos
vários jogadores jovens, alguns jogando fora, na Espanha, bons valores na
própria liga do Brasil... Você vê muitos garotos querendo jogar basquete e isso
é bom, é o caminho.
Agradecemos
a Patrícia, fã número 1 do Manu Ginobili
(OBS: Precisávamos dizer isso) por nos mandar o link da entrevista no Twitter.
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